10 de julho de 2013

(One shot) Destinos Traçados por @lexiifreitas e Karine

Destinos Traçados

Quanto tempo tem um ano?! Trezentos e sessenta e cinco dias e seis horas para todos. Porém para mim parece ser uma eternidade. Cada minuto é uma tortura, a cada batida do meu coração, é um lamento.
Até hoje não sei como sai viva do acidente. A maioria das pessoas disse que eu tive sorte, mas eu discordo, ao meu ver foi azar.
Qual o motivo de se viver? Existe um motivo para querer morrer? Sim, existe. Quando amamos alguém e essa pessoa morre o que mais queremos é estar junto a ela, e é isso o que eu mais quero desde o acontecido há exatamente dois meses.
Era uma linda manhã de verão e eu me arrumava para sair com Edward...
Flashback on
Vesti um vestido florido e soltinho, uma sapatilha bege e deixei meus cabelos soltos.

Atendi ao celular afobada, era o toque de Edward. Estava louca pra saber aonde iríamos, ele e suas surpresas. Com um suspiro atendi o celular.
– Oi amor.
– Bom dia, amore mio. - Suspirei involuntariamente. - Pode descer, estou no carro te esperando.
– Já estou indo.
Desliguei o telefone e corri escada a baixo, me atrapalhei um pouco com as chaves para abrir a porta procurando o Volvo prata dele. Assim que o vi na calçada sorri largamente e tratei de fechar a porta logo. Fui andando apressada para o carro e abri a porta ansiosa.
– Isso tudo são saudades? - Ele perguntou brincalhão.
– Sim, saudades de você. - Sorri e lhe dei um selinho.
Botei o cinto de segurança e ele começou a dirigir, comecei a prestar atenção no caminho que ele fazia.
– Vamos fazer um piquenique, amor. - Ele falou sorridente.
Eu amava piqueniques, adorava esse tipo de passeio. Ficar sentada com ele conversando por bastante tempo, só nós dois. Era difícil conseguirmos ficar a sós, estávamos sempre com nossos amigos, momentos assim eram mágicos e únicos. Parecia que estávamos em nosso mundo particular.
– Eu amo piquenique Ed! - Falei feliz olhando para ele.
Ele se virou pra mim e selou nossos lábios rapidamente enquanto dirigia.

Flashback off

Infelizmente esses poucos segundo resultaram em uma tragédia. Um carro veio muito rápido na contramão, ou seja, em nossa direção. Edward tentou desviar, mas não adiantou, o carro se chocou contra o nosso e derrapamos na pista atingindo outros carros que passavam por ali.
Quando acordei no hospital meus pais estavam lá me olhando com tristeza e eu não entendia muita coisa. Não me lembrava de nada mais que uma luz forte em meu rosto.
Dias depois fui visitar Alice e Edward, que por algum motivo, eles não tinham ido me visitar. Bati na porta e alguns minutos depois uma Alice chorosa abriu, assim que ela me viu se jogou em meus braços me abraçando.
– O que houve Lice? - Perguntei enquanto entrávamos e íamos pro quarto dela.
Ela chorava descontroladamente e me abraçava de lado, isso estava me deixando desesperada, nunca tinha visto a Alice chorar tanto. Quando chegamos ao seu quarto ela se jogou na cama abraçando um travesseiro, sentei-me ao seu lado e ela botou a cabeça no meu colo, afaguei seus cabelos tentando acalmá-la.
– O que foi? Aconteceu algo? - Perguntei preocupada franzindo o cenho.
– Oh, Be-e-lla, não conta-a-aram nada pra vo-o-cê? - Ela soluçava ao falar.
– Se acalme. O que não contaram para mim? E, aliás, onde está Edward que não foi me visitar? Por falar nisso, por que os dois não foram me visitar?
Ao me escutar falar de Edward seu choro se intensificou. Ela tentava parar de chorar, mas não obtinha sucesso.
– Vou pegar um copo de água com açúcar pra você.
Levantei-me e fui á cozinha pegar o líquido, como eu sabia onde estava tudo voltei rapidamente para o quarto dela. Aparentemente ela estava melhor, seu choro era mais baixo e parecei estar mais calma.
– Tome, vai ajudar você a se acalmar mais rápido.
Ela pegou o copo de minha mão e tomou tudo de uma vez só, deixou o copo em cima da mesinha de cabeceira e fez com a mão para eu me sentar ao seu lado.
– O que houve baixinha?
– Bella. - Ela respirou fundo, aparentava decidir se me contava ou não. – Antes de tudo prometa-me não fazer nada impensado.
– Tudo bem, eu prometo.
Ela segurou minha mão e virou-se de frente para mim.
– Bella, eu sinto muito, mas você terá que ser forte. Não sei como te falar isso, sei que você não vai reagir bem, mas... Bella o Edward não sobreviveu ao acidente.
Senti minha vista ficar turva e tudo ficar escuro, aos poucos fui perdendo a consciência.
E foi assim que eu fiquei sabendo que o amor da minha vida havia falecido. Lembro-me de acordar com Alice chorando e se amaldiçoando por ter me contado.
Depois desse dia eu perdi a vontade de viver, já não havia mais motivos para isso. Sei que ele gostaria que eu seguisse em frente com minha vida, que eu fosse feliz. Mas não existe felicidade sem ele, não existe nada que me prendia a vida, não existia nada que me fazia querer viver.
Durante algumas semanas tive que tomar antidepressivos, porém foi à mesma coisa que nada. Mandaram-me para psicólogos e não obteve nenhum resultado, deixei de freqüentar as festas dos Cullens e não sei como consegui alguns dos pertences de Edward com Elizabeth.
Pensei em várias formas de me matar, porém sempre acabava no chão encolhida, chorando como um bebê.
E assim tenho vivido se é que isso o que faço é viver, alguns dizem que o que eu faço é sobreviver.
A cada dia que passo eu entro em uma mais profunda depressão. Não falo com ninguém, mal como, o que mais faço é olhar para o teto do meu quarto. Não consigo dormir muito, apenas passo a noite chorando. Tenho a aparência de um zumbi, na verdade um zumbi tem uma aparência melhor que a minha.
Toda noite que as lembranças invadem a minha mente, de quando ele me disse que iríamos nos casar e que um dia teríamos muitos filhos, de como ele me protegia, como a mais fina e rara porcelana, de quando ele me jurou amor eterno, da sua risada, do seu modo de se vestir, dos raros momentos a sós, das palavras doces, do seu carinho, dele como um todo. O meu todo, o meu tudo, a minha vida.
O vento entrou pela janela e eu me encolhi como uma bola na cama embaixo dos cobertores. Estava sentindo muito frio, tanto que meus dentes batiam. Revirei-me na cama e acho que adormeci...

Senti um perfume forte, mas não qualquer. O perfume dele. Virei-me para onde vinha o cheiro e o vi. Estava lindo como sempre, vestia uma calça jeans clara e uma blusa de manga comprida branca. Corri até ele e me joguei em seus braços.
– Você não sabe o quanto eu senti a sua falta. - Falei com a cabeça enterrada em seu peito.
– Tenho certeza que não mais que eu.
Ele me abraçou mais forte e depois me afastou um pouco para olhar em meus olhos.
– Por que pensou se matar, meu amor? - Perguntou-me.
– Porque a vida não tem sentido sem você. Desde que você foi embora meu mundo desmoronou.
–Também senti sua falta.
Ele se aproximou mais de mim e selou nossos lábios. Eu sentia falta disso. Beijávamo-nos com carinho, tentando matar a saudade um do outro.
– Eu te amo. - Sussurrou no meu ouvido.
– Eu também te amo.
– Bella, meu amor... Prometa para mim que não vai mais pensar em se matar. - Seus braços me apertaram fortemente.
– Eu não estou morta?! - Levantei os olhos, até encontrar os seus.
– Não. E espero que demore muitos anos ainda.
– Você não me quer aqui com você?
– Bella, eu esperarei por você... Mas agora você tem uma nova razão de viver. - Seus olhos brilhavam e um largo sorriso se abriu.
– Qual?!
– Você saberá em breve, confie em si mesmo e saiba que sempre estarei olhando por vocês. Prometa-me que vai se cuidar Bella.
– Eu prometo. - Disse com o cenho franzido.
Edward me deu um beijo na testa e depois roçou meus lábios com os seus.
Abri os olhos e suspirei.
Por algum motivo a visita de Edward havia mudado algo em mim... Não tenho a mínima vontade de voltar a ser o que era, mas prometi que ao menos iria viver.
Eu faria isso por ele.
Levantei-me da cama meio zonza e fui ao banheiro fazer minha higiene.
Fiz algo que não fazia á muito tempo; tirei a bolsinha de maquiagem que ganhará de Alice do armário, em baixo da pia do banheiro.
Prendendo a franja de meu cabelo, - que quase não era mais uma franja - de lado, peguei um gloss de morango e passei suavemente nos lábios.
Botei um vestido fresco com sapatilhas por conta do clima quente e desci as escadas, tentando ficar um ao menos um pouco mais feliz do que de costume.
Ele tinha me pedido isso.
Escutei duas vozes femininas na cozinha e passei por meu pai na sala, que via um jogo de basquete.
Adentrei na cozinha e logo vi os cabelos longos e ondulados de minha amiga, Alice.
A única amiga que nunca desistiu de mim.
Senti o cheiro dos waffles de frutas vermelhas que minha mãe sempre fazia aos domingos e uma fome arrebatadora apareceu.
– Bom dia filha! - Minha amada mãe... Sempre com um sorriso imenso no rosto ao falar comigo, parecia que rezava para que sua alegria me contagia-se.
– Bom dia mãe. - Disse tentando sorrir.
– Belinha! - Lice disse vindo me abraçar. – Você está diferente.
Não respondi, só beijei sua bochecha e fui atrás dos waffles. Mais tarde contaria tudo á ela.
– Ela tem razão. - Olhei para minha mãe e o sorriso dela estava maior.
Consegui sorrir naturalmente em ver minha mãe feliz, eu devo ter dado tanto sofrimento á ela.
Pelo menos se estivesse morta, não faria ninguém mais sofrer e estaria com meu Edward.
Não Bella, não pense nisso. Você prometeu, prometeu á ele.
Montei meu prato, caprichando na calda de frutas vermelhas e passando por minha mãe de boca aberta e uma Alice de olhos arregalados.
Nunca viram uma mulher comer?
– O quê?! Tudo bem... Também estou estranhando, mas estou com fome.
– Não estou reclamando, coma o quanto quiser! – Mamãe parecia desesperada para que eu não mudasse de idéia.
Compreensível, ela sempre tinha que praticamente enfiar comida á minha goela abaixo.
Comi e quando satisfeita, levei o prato até a pia, lavando-o.
Minha mãe e Alice ainda me encaravam.
– Vão ficar me encarando? - Perguntei botando as mãos na cintura.
Minha mãe virou-se para o fogão e Alice me puxou pela mão escada á cima.
Trancou-nos em meu quarto e finalmente me largou.
– Tudo bem, me conte já o que aconteceu com você! - Sorriu.
Sentei na cama e cruzei as pernas, preparando-me para contar para ela sobre meu sonho com Edward.
Quando um gosto horrível tomou conta de minha boca, fiquei enjoada.
Corri para o banheiro, vomitando todo o meu café da manhã no vaso sanitário.
Que beleza, quando sinto fome e finalmente como com gosto, vomito.
Alice segurava meus cabelos e a fiz se afastar.
Uma tontura começou a se apossar de mim e logo eu estava na cama.
– Preciso escovar os dentes Alice.
Calmamente ela me levantou e fomos ao banheiro, escovei os dentes e deitei na cama.
– Bella... Você está tão esquisita hoje... Ou melhor, está normal.
Fechei os olhos por alguns segundos, respirando fundo. Droga de mal estar!
– Quer um remédio?
– Não! Estou melhor! - Disse alto.
Sim, eu tenho pavor de remédios. E de médicos também.
– Tudo bem, eu já entendi. - Alice levantou os braços em sinal de rendição.
Abri os olhos e já me sentia melhor, sentei novamente na cama e encontrei os olhos preocupados de Alice.
– Eu sonhei com o Edward. - Joguei a bomba de uma vez.
Seus lábios se abriram um pouco.
– Mais... Todo esse tempo você nunca teve um sonho com ele. - Suas mãos se entrelaçavam e via seus olhos marejados.
Não era a única a sofrer todos os dias pela morte dele.
– E eu sei... - gaguejei.
– Me conte o sonho, o que era?
– Alice ele conversou comigo, ele me pediu para parar de tentar... De tentar me matar. Disse que me ama e que esperará por mim, mas que agora tenho um novo motivo para viver. - As lágrimas já desciam descontroladamente.
– E qual era o motivo? - Alice perguntou segurando minhas mãos.
– Eu... Não sei. Edward não quis me dizer.
Ela riu, era uma risada nervosa em meio á lágrimas.
– Frustrante, eu sei... Ele me fez prometer que seria “boazinha” e o que eu não prometo a ele Alice?!
– Ele apareceu em boa hora meu bem. - Alice afagou minhas bochechas e logo estávamos abraçadas, envolvidas em um choro forte.
(...)
Duas semanas haviam se passado desde o meu sonho com Edward, comecei a perceber algumas coisas diferentes em meu corpo.
Mas não me surpreendi, passei muito tempo não observando absolutamente nada.
Porém tinha que admitir, eu estava com o quadril um pouco mais largo.
Nesse tempo, também não estava conseguindo alimentar-me direito, praticamente tudo que comia, botava para fora.
E as coisas só pioravam, sentia tonturas e fome anormal.
Alice passou a me ver todos os dias, sempre aparecia aqui de tarde.
Mamãe e Alice acharam que estava na hora de me levar a um médico. Eu não podia negar, havia algo errado.
Todos os dias eu dormia, rezando para sonhar com Edward, porém sempre acordava frustrada.
Estava me arrumando para ir ao médico e realmente curiosa para saber o que tenho.
Talvez seja um problema no estômago, do tempo que mal comia.
Como o clima estava quente em Nova York, não foi difícil achar algo agradável para vestir.

(...)

– Bella você precisa de um carro. - Minha mãe disse enquanto entrávamos na clínica.
– Não pense nisso mãe, nunca vou dirigir. - Disse olhando em seus olhos.
Como poderia dirigir lembrando o que aconteceu? Do motivo infeliz de Edward ter morrido? Nunca.
– Nunca, diga nunca Belinha. - Alice disse sorrindo fracamente.
***
– Isabella Swan. - O médico chamou.
Logo entramos as três em sua sala, minha mãe batia uma mão na coxa, inquieta.
Parecia até que eu estava morrendo. Mães...
Logo explicamos o que estava ocorrendo e ele receitou um exame de sangue e deu uma breve avaliada em mim.
Sem sintomas de anemia, já é um começo.
Quando era pequena, tive muito esse problema, tomava muito sucos de frutas vermelhas e vitaminas.
Daqui três dias voltaria e já teríamos um resultado.
A princípio nada de intoxicação alimentar, pois os sintomas continuam persistentes.
(...)
Depois de três longos dias e exame pronto, voltamos ao médico.
Dessa vez, quem nos atenderia era o pai de Edward, Carlisle.
– Isabella, sente-se, por favor. – Dr. Carlisle disse com um pequeno sorriso.
Não entendia o motivo de suas feições alegres.
Sentei-me na cadeira e arqueei uma sobrancelha, olhando-o com curiosidade.
– E então? – Alice perguntou, sentando ao meu lado.
Se eu tivesse uma doença muito grave, nem choraria. A culpa não seria minha de morrer e Edward não poderia reclamar.
Ainda não entendia o que ele quis dizer com “Agora você tem uma nova razão para viver” teria algo que superaria minha saudade dele?! Fazendo-me desistir de contar os dias de revê-lo?!
Duvido muito.
– ... Grávida... - Ouvi Carlisle falando.
Ele estava ao telefone?!
Suspendi meus pensamentos por um segundo e virei à cabeça em direção ao Dr.
Não, ele não estava ao telefone e me fitava sorrindo.
– O que disse? – Perguntei. Obviamente teria entendido errado.
Carlisle levantou-se e pegou um papel que estava sobre sua mesa, botando-o a minha frente.
Nele estava destacada a palavra: Positivo.
– O que é isso? - Olhei para Alice e depois para Carlisle.
– Bella. Você está grávida. Parabéns! – Carlisle apertou minha mão e um largo sorriso se abriu.
Grávida... Grávida... Minha mente não conseguia processar.
– Grávida? - Perguntei com a testa vincada e a mão no ventre.
(...)
Cheguei a casa ainda em choque, Alice tinha os braços a minha volta e um sorriso enorme nos lábios.
Sim... Tinha grandes possibilidades de eu estar grávida, porém parecia algo tão irreal com o pai dessa criança morto antes mesmo de seu nascimento...
E... Oh Deus! O que eu faria?! Como criaria essa criança sozinha? Como explicaria que ela não tinha pai?... Bem tinha, mas... Argh!
Minha mente parecia uma corda cheia de pequenos nós. Isso é desesperador...
– E aí meninas? - Minha mãe perguntou.
Ela não pode ir à consulta, pois meu pai estava com sérios problemas na coluna e ela ficou para cuidar dele.
Olhei em seus olhos e seu sorriso murchou, minha cara deveria estar péssima.
Ela olhou para Alice, que sorria e pareceu mais confusa que nunca.
– Bella, Alice o que houve?! - Minha mãe largará o pano de prato em cima da mesa e segurou minhas mãos levando-me ao sofá, ao lado de meu pai que nos olhava com curiosidade.
– Renée, nós tivemos uma pequena surpresa... - Alice começou e olhou pra mim, esperando que eu continuasse.
Eu mesma não conseguira assimilar ainda... Como contar?
Respirei calmamente e com os olhos marejados disse:
– Mãe, eu estou grávida. - murmurei.
– O QUÊ? - Meu pai gritou do sofá, levantando-se rapidamente.
Olhei para minha mãe e ela estava com os olhos marejados e um sorriso enorme no rosto.
– Eu... Achei que nunca mais teria um neto. - Ela segurou minha mão e a apertou, abraçando-me em seguida.
Chorei em seus braços e não sei se foi de alegria ou de desespero.
Quando conseguir olhar para meu pai... Ele tinha um leve sorriso nos lábios.
– Vai descansar filha. - Minha mãe passou os dedos por minha bochecha e a beijou levemente. – Está tudo bem.
Depois de um banho e um moletom quentinho, finalmente me aconcheguei na cama.
Eu chorava e dessa vez tinha certeza que era de emoção. Tem algo melhor do que por um pedaço de Edward no mundo?
Um pedaço nosso?
Não, com certeza não há.
Eu criaria esse filho com a enorme ajuda de minha fadinha, Alice.
De minha querida mãe, que nunca desistiu de mim, Renée.
E da família de Edward que vibrará com a ligação de Carlisle.
Tinha meu pai, que estava em choque tanto quanto eu.
E sei que Edward estaria olhando por nós, cada segundo de nossas vidas.
Ah, meu amor... Como sinto sua falta!
Acariciei minha barriga ainda lisa e finalmente fechei os olhos, tendo um pouco de paz interior.
Edward e eu sonhávamos em ver minha barriga crescer, sonhávamos com nosso casamento.
Sonhávamos com nosso pequeno, ou pequena correndo no jardim da casa e nós desesperados atrás.
Sonhávamos com tanta coisa... E agora eu deixara um fruto desse nosso amor.
Senti um calor em meu rosto e sorri em meio a lágrimas.
Sim. Eu estava muito emocionada.
Iria ser mãe.

(...)
A beira dos seis meses de gestação, metade do quarto de Elizabeth estava pronto.
Decoramos o quarto rosa com branco, do jeito que sempre sonhei.
Passava horas sentadas em um pequeno sofá branco que tinha em seu quartinho... Acariciando minha enorme barriga e conversando com minha filha.
Eu sentia a presença de Edward comigo era tão... Diferente.
Até hoje não tive mais sonhos com ele e isso me entristecia.
Porém eu faria o que lhe havia prometido, iria viver.
Cuidarei da nossa filha e farei o máximo para preencher ao menos um pouco a falta que seu pai faz. Elizabeth sempre saberá que seu pai virou um anjo e olha por nós duas.
A mãe de Edward havia praticamente surtado quando resolvi por seu nome em nossa filha.
Lembro-me de como Edward era apegado com ela... Sempre carinhoso.
Elizabeth mãe de Edward nesse momento estava no quarto da minha pequena Liz e com os olhos marejados, tocou o berço.
– Bella! O que ainda faz aqui?! Vai se atrasar para a consulta. - Ela veio em minha direção sorrindo e logo estendeu a mão para acariciar meu ventre por cima do vestido. – Está tão linda...
Sorri e olhei em volta, meu olhar se prendeu em uma foto minha e de Edward que pus em cima da cômoda branca.
Senti um breve calor em meu rosto e sorri mais.
– Quero que venha comigo nessa consulta... - Disse baixo.
– Oh Bella, é claro que vou. – Ela pegou sua bolsa que estava no pequeno sofá e logo estávamos dentro do carro indo à consulta.
Alice nos encontraria lá e minha mãe estava no trabalho.
Papai ficou feliz com a minha gravidez e sempre que pode vem “brincar” com sua netinha.
Infelizmente também estava trabalhando hoje.
Então, seriamos, Alice e Elizabeth na consulta de hoje.
Sentar no carro já era incomodo... Não havia uma boa posição para se ficar, porém era suportável.
Na clínica que o Doutor Cullen havia indicado uma médica praticamente “apaixonou-se” pela minha história.
Ela fazia questão de ser minha médica em todo o meu pré-natal e eu gostei. Carmem era muito delicada e sempre gentil.
Com a cara fechada ela cedeu ao Carlisle que fizesse meu parto.
– Bella! - Falou Carmem vindo me abraçar, seus braços me envolveram desajeitados.
– Carmem, animada como sempre. – Eu disse rindo.
Ela se afastou e acariciou minha barriga.
– Parece até que é a tia. - Elizabeth comentou e nos rimos.
– De certa forma ela é quase isso. – Alice disse abraçando Carmem.
Elas são amigas de compras.
Dei minha bolsa para Alice segurar e deitei na cama de hospital. Alice estendeu um lenço branco para mim.
Eu chorava sempre que ouvia o coração forte e rápido de minha pequena.
Carmem já passava o aparelho em meu ventre e o gel de frio foi esquentando, logo ela apontava para tela e lágrimas banhavam minhas bochechas.
Elizabeth acariciava meus cabelos e Alice apertava levemente minha mão.
Carmem sorria abertamente enquanto eu mordia os lábios já chorando.
– Ela está muito bem... Pronta para ouvir o coração?
– Vamos nada de suspense doutora! - Alice disse.
E logo o som alto e rápido tomou conta da sala. Tum tumtumtumtumtum...
Tudo tão incrível... Nossa pequena se formando em meu ventre... Edward estaria tão feliz.
– Ele está feliz Bella, seja onde quer que esteja... - Elizabeth disse baixinho.
Ela sempre sabia o que dizer.
Senti um leve calor em minhas bochechas e sorri em meias lágrimas, ele sempre estará comigo e com o nosso anjo.
Cedo demais o barulho do coração cessou. Porém as lágrimas continuaram...
– Bem Bella, a Liz está muito bem. - Carmem disse sorrindo – Tenho certeza de que será saudável.
Ela limpou minha barriga suavemente com uma folha de papel e abaixou meu vestido.
– Acho que seu parto será normal, porém ainda temos alguns meses pela frente... Cuide-se Bella. – Carmem acariciou meu ventre.
Saímos do consultório e eu acariciava minha barriga com um sorriso bobo no rosto.
– Bella... Hoje, eu estava pensando que podíamos fazer umas comprinhas para a Liz. - Claro, estava demorando para Alice fazer isso.
– Alice... Não sei se é uma boa idéia.
– Ah Bella! Vamos, por favor – Pensei que seria Alice á dizer essa frase, mas não. Elizabeth estava em minha frente com os olhos pidões.
– Hm... Okay, Okay! Mas, primeiro quero almoçar! - Elas sorriram e bateram uma mão na outra.
Não demorou muito e estávamos no shopping, minha boca salivou só de ver um hambúrguer do Mc Donald’s na foto.
Seguindo meu olhar Alice ergueu uma sobrancelha.
– Nem pense nisso - Disse pegando minha mão.
– Ah Lice! Eu quero... - Fiz biquinho.
– Não Bella. Precisa comer coisas saudáveis para a minha sobrinha! Quando ela nascer poderá se encher de porcaria que nem vou ligar.
– Poxa, muito obrigada pela preocupação comigo Lice. - Ironizei. - Uma vez na vida não vai matar nenhuma de nós duas.
–Você é muito teimosa Bella!
– Meninas, meninas. Calma! - Elizabeth riu. – Alice, deixe a pobre da Bella comer o que ela quer, só vejo a coitada comendo frutas, legumes e raramente chocolate, ela não está morta querida.
Alice soltou minha mão e eu sorri para Elizabeth.
– Obrigada. - Sussurrei para ela.
–Tudo bem, Bella! Vá em frente.
Acabou que nós três comemos no Mc Donald’s. Terminei minha refeição altamente deliciosa com um sundae com chocolate extra.
– Agora estou feliz. – Disse jogando o pote plástico no lixo.
– Agora, vamos às compras!-Alice disse batendo palmas.
Logo estávamos em uma loja de bebê imensa... Meu deus, quanta coisa linda!
Eram sapatinhos, blusinhas, macacões, shorts... Tenho que confessar que fiquei meio tonta com tantas opções.
– Bem, além dessa loja ainda tem mais três no shopping, ou seja. Belinha comece a escolher! - Olhei para Alice incrédula.
–Três lojas? Meu deus Alice!
– Anda Bella.
Elizabeth riu e lá fomos nós.
(...)
Depois de horas finalmente saímos do shopping, Elizabeth pediu que alguma das coisas de Liz ficasse em sua casa, já que ela viveria lá também.
Alice me ajudou com as sacolas e logo foi para casa também, fui até o quartinho de Liz com as sacolas e comecei a olhar o conteúdo bem calmamente.
Tudo tão delicado e fofo... Um sorriso bobo estava em meu rosto.
Acariciei minha barriga e Liz chutou.
– Meu amor... Você será tão amada, já estamos preparando tudo para você... - Disse com a voz suave.
Ela se agitou e segurei a respiração, isso doía um pouco.
Guardei as coisas e fui descansar.
Deitei na cama ainda sorrindo e pensando em Edward e como será quando eu o reencontrá-lo.
Três meses depois...
Estou uma pilha de nervos, já se passou uma semana desde que Liz deveria nascer.
Carmem receitou um parto induzido, então hoje seria o grande dia.
Minha barriga estava enorme e mal agüentava meus pés e costas, só pensava “Liz nasce logo!”
Dores, vômitos, e desmaios não são nada legais de se ter.
– Bella! Minha filha venha que vou te ajudar á descer!- Meu pai gritou lá de baixo.
Liz se agitou em meu ventre e eu cerrei os dentes, não estou agüentando mais...
Acariciei a barriga
– Calma filha... Por favor. - Grunhi.
Alice saiu de meu quarto com duas bolsas, uma minha e outra de Liz.
Segurei o mais firme possível no corrimão da escada e logo as mãos de meu pai seguravam meus ombros.
– Obrigada.
Elizabeth e Renée estavam na porta de casa com um sorriso enorme.
Eu não conseguia sorrir, estava preocupada com Liz.
Não tive contrações e minha bolsa não estourou, só podia ter algo errado...
Chegando a maternidade falei com a enfermeira e logo fomos guiadas á um quarto.
O quarto era amplo e tinha apenas uma maca, uma janela grande que me dava uma vista muito bonita.
A porta se abriu e Carmem entrou.
O parto seria feito por Carlisle, porém ela fez questão de ajudar na indução do parto.
O cordão umbilical, seria cortado por Carlisle, fiz questão de que ele tivesse essa “honra”.
– Bella querida... Tenho que lhe explicar algumas coisas. O parto induzido pode ser diferente, quando acontece ao natural, é muito mais rápido e prático. O induzido pode durar horas. Liz estará em seus braços em mais ou menos doze horas, claro que pode haver mais complicações.
Charlie, Alice e minha mãe se jogaram no pequeno sofá.
– Já vi que temos muita gente ansiosa por aqui. -Ela riu.
Uma enfermeira baixinha e magra entrou no quarto.
– Bom dia futura mamãe. - Disse animada e veio em minha direção. - Meu nome é Ana e acho que a doutora Carmem já explicou a você sobre os partos induzidos...
– Está tudo certo Ana. - Carmem acenou pra mim e se retirou do quarto.
– Isabella não é?
– Me chame só de Bella. – Liz se movimentou e automaticamente botei uma mão na barriga.
Ana estendeu-me um tipo de vestido de hospital, branco com detalhes rosa. Porém ele era aberto atrás.
– Vou chamar o Doutor Bella, ajudem-na se ela precisar de algo. – D
isse para minha mãe que vinha segurar minha mão. - Volto já.
A porta bateu e meu pai veio me ajudar a sair da cama, Com Alice e minha mãe, fui para o banheiro do quarto.
Elas me ajudaram a tirar o vestido absurdamente longo e fiquei apenas de lingerie em frente á um grande espelho.
Eu estava engraçada, Meu corpo não estava muito diferente... Pernas magras e braços também, apenas a barriga que pulava para frente, parecia que tinha devorado uma melancia inteira.
– Vai ficar tudo bem Bella, logo a Liz estará aqui – Mamãe sorriu e vi seus olhos marejados.
– Mamãe, acho que a senhora está mais nervosa que eu. – Disse rolando os olhos.
Elas riram e Alice amarrou o tal vestido de hospital em minhas costas.
Antes de sairmos do banheiro, abracei minha mãe. Deixei todo o medo transparecer, na verdade eu não estava nem um pouco calma.
Renée abraçou-me e acariciou meus cabelos.
– Mãe... Eu queria tanto que o Edward estivesse aqui – senti as lágrimas descendo por minhas bochechas, porém não me importei.
– Ele está querida... Pode ter certeza.
– Estou com medo...
– È normal meu amor... Vai ficar tudo bem você verá. – Ela beijou minha bochecha e relaxei os ombros, eu tinha que ficar calma.
Pedi que meu pai tirasse o relógio da parede a minha frente, parei de contar as horas e tentei relaxar.
Carlisle entrou e explicou-me tudo que iria por em minha veia, só queria minha filha.
Alice me distraía, fazendo-me rir e eu mal tinha noção de quando estava sendo furada.
Quando as dores começaram foi que meu sorriso sumiu... Não consegui mais ser distraída e apertava as barras da cama com força.
Elas iam e vinham... Depois de um tempo não paravam mais, nunca tive dor tão forte.
Preferia ter uma mão quebrada ao sentir isso... Eu tentava controlar a respiração como Carlisle havia me ensinado.
Mas quem tem droga de concentração com uma dor daquelas?
– Bella, respira. Lembre-se do que Carlisle falou.
Nessa hora, Elizabeth entrou no quarto e logo veio segurar minha mão.
– Não acho uma boa idéia. - Avisei, minhas mãos estavam vermelhas com tal força que apertava as barras, não seria capaz de controlar.
Ignorando meu aviso, segurou minha mão.
Bem nessa hora uma contração muito mais forte veio, eu gritei e me curvei.
– Deus! Que tortura! - apertei firme à mão de Elizabeth que sentou ao lado de minha cama.
Ana apareceu e com um sorriso compreensível e veio em minha direção.
Afastou minhas pernas e enfiou a mão por de baixo de meu vestido.
– Muito bom Bella, está com dois e meio de dilatação. Logo o Doutor vem aplicar a anestesia.
A enfermeira saiu novamente e meu pai olhava-me preocupado.
Alice se levantou e logo segurava minha outra mão, minha testa estava suada e eu trincava os dentes para não gritar.
Os minutos se arrastavam e eu não tinha mais noção de nada, os tão sonhados três de dilatação não chegavam nunca!
Mais alguns gritos depois de muitas dores, Carlisle entrou no quarto e tomei a anestesia nas costas.
Pensei que melhoraria engano meu. Talvez aquilo tenha sido o pior.
Minha bolsa estourou e o grande show começou, era hora de fazer força.
Logo Carlisle e Carmem estavam comigo no quarto.
Eu esmagava seus dedos e gritava de tamanha dor...
Renée parecia meio em pânico, porém tentava se controlar.
Sim, era realmente lindo! Eu ali cheia de suor, sangue e pernas arreganhadas para um bando de gente, expelindo uma criança pela minha parte íntima... Okay! Era horrível!
Explique-me... Sim, é tudo muito bonito, uma nova vida está para vir e tal... Como alguém podia chorar de emoção com algo tão doloroso? Argh!
“Quero que acabe agora, Liz nasça logo!” Gritei e com um último empurrão ouvi o choro de minha filha.
Minha mente girava e minha visão estava turva.
Ouvi choros e gritos de felicidade, eu mesma não conseguia fazer nada.
Senti um calor anormal em meu ombro, porém quando olhei não havia ninguém ali.
– Bella. - Carmem segurava um pequeno embrulho lilás em seus braços e fiz força, tentando me ajeitar na cama.
Meu pai me ajudou e Carmem me passou o bebê mais lindo que já virá.
Minha Elizabeth estava de olhinhos fechados, ainda suja de sangue e líquido amniótico, era tão pequena e berrava em meus braços.
Cedo demais, tiraram de meu braço e quase gritei. ELA É MINHA!
– Calma Bella, eles vão limpá-la. – Minha mãe me tranqüilizou.
Deixei minha cabeça cair no travesseiro e respirei fundo, eu estava tão cansada...
Andava por um lindo bosque muito verde, o sol estava forte, porém agradável.
Vestia um vestido branco na altura dos joelhos. Meus cabelos longos estavam presos em uma trança de lado.
Edward saiu de trás de uns arbustos e não se demorou em me abraçar.
– Edward! - Agarrei-o e ele riu.
Sua risada gostosa... Como sinto falta disso.
– Minha Bella. - Disse respirando entre meus cabelos e apertando-me em seus braços.
– Edward diga-me que não estou morta! - Não... De jeito nenhum, não poderia morrer agora.
– Não meu anjo... Nossa pequena precisa muito de você. Tenha paciência Bella.
– Eu não quero morrer... Tenho uma filha para criar. - sorri.
– Vou estar sempre cuidando das duas... - Sussurrou em meu ouvido.
– Amo você. - Disse antes de beijar seus lábios.
Ele correspondeu e cedo demais se afastou.
– Eu também te amo.
E então com uma última carícia que fiz em seu rosto, acordei.
O quarto parecia calmo demais, apenas Alice estava comigo.
– Cadê todo mundo? - Perguntei com a voz trêmula.
– Foram na lanchonete, eu não estava com fome – Deu de ombros, sorrindo. – A enfermeira disse que logo irá trazer a Liz para mamar.
Botei a mão sobre a barriga e senti um vazio... Era esquisito que depois de nove meses e algumas semanas minha Liz simplesmente “sumisse” assim de minha barriga.
Eu sorri e fechei os olhos. Quero tanto minha filha em meus braços.
– BELLA! – Gritaram abrindo a porta era minha mãe.
– Mãe? O que aconteceu?- Ajeitei-me na cama.
– MINHA NETA! ELA É TÃO LINDA!
– O que?! - Ah claro... Lanchonete que nada, eles estavam era no berçário. - Eu merecia vê-la limpinha primeiro.
– Deixa de ser boba Bells. - Meu pai disse passando pelo vão da porta. – Ela é realmente bonita.
Eu sorri.
– Obrigada... Estou curiosa para ver seus olhos e cor dos cabelos... Quando vão me trazê-la?
– Bem pessoal, vamos fazer um silêncio, senhorita Elizabeth passando – Carmem entrou, andando calmamente até onde eu estava com um embrulho lilás pequeno em seus braços.
Estendi meus braços e logo estava ajustando aquela coisinha minúscula nos braços, estava de olhos fechados, porém mexia a boca, como se sentisse falta de algo.
– Minha Liz... - Sussurrei. Segurei o impulso de beijá-la, não era aconselhável fazer isso com um bebê recém-nascido. – Eu e seu pai amamos muito você.
Liz abriu os olhos e logo fui envolvida no olhar de minha filha, grandes olhos claros como os do pai, nesse momento avaliavam-me.
Sua boquinha continuava com o movimento repetitivo de fechar e abrir.
Olhei em volta e todos olhavam para nós emocionados.
Meu pai pediu licença e com lágrimas pelas bochechas retirou-se do quarto.
Com muito cuidado tirei um braço do “vestido de hospital” e ajustei Liz em meu colo, logo senti sua boquinha em meu seio direito sugando forte.
Passei de leve meu polegar por seus cabelinhos loiros e senti as lágrimas inundando meus olhos.
Um ano depois...
Liz estava a cada dia mais linda e fofa; sorrisos eram garantidos sempre que estávamos com ela, sua alegria era contagiante e sua energia também.
Exigia sempre a minha atenção e se estivesse insatisfeita começava a resmungar.
Pegue-a no colo e sentei na cadeira de amamentação que tinha em seu quarto.
Liz parecia um anjinho, segurava seu pezinho com as duas mãos e olhava para mim com um sorrisinho.
Era uma sapeca.
– Quando que você vai falar mamãe, hein? – Perguntei sorrindo, peguei seu pezinho acariciando e apoiando em minha bochecha – Olha como é pequena a minha Liz. - Ela soltou uma risada gostosa e aproximei meu rosto do seu, beijando sua testa levemente.
Ela puxou a barra de minha blusa e logo entendi.
– Meu deus! Nunca vi menininha mais comilona que você! - Fiz uma leve cosquinha em seu pé e ela riu alto novamente.
Puxou minha blusa novamente.
– Okay, Okay. Hora de mamar. – Puxei minha blusa para baixo e logo estava acariciando seu cabelo loiro com o polegar, Liz olhava-me e sorria ás vezes.
– Meu bebê charmoso. – Infelizmente como nem tudo são rosas, os dentinhos dela estavam começando a nascer, ela mordeu meu seio para tentar aliviar um pouco da dor.
Causando dor em mim, cerrei os dentes.
– Ai Liz, vou comprar um mordedor pra você. - Por incrível que pareça ela se afastou e riu.
Danadinha!
– Bella! O jantar está na mesa. - Minha mãe disse, abaixando o tom de voz quando viu que Liz mamava.
– Vou ver se ela dorme e já desço mãe. - Voltei meu olhar para Liz e seus olhos claros fitavam-me.
– Não, ela não vai dormir. - sussurrei.
Minha mãe saiu do quarto e comecei a cantarolar baixinho uma melodia que Edward cantava para mim.
Liz parou de mamar e se contorceu em meu colo.
– Vamos descer. – Ajeitei minha blusa e a peguei no colo descendo as escadas.
– Ela vai comer papinha Bella? - Minha mãe perguntou pegando a cadeirinha de alimentação de Liz.
– Não mãe, ela acabou de mamar.
Sentei Liz na cadeirinha que olhava tudo, sempre atenta a qualquer barulho.
Começamos a comer e Liz começou com seus resmungos, gritando ás vezes.
– BEUA! - Liz gritou. Olhei espantada. O que ela disse?
– Repete pra mamãe. - Pedi, ela riu e beliscou minha mão. – Beliscar não pode. - A repreendi. – Repete Liz.
Meus pais olhavam para ela com curiosidade também.
– BEUA!- Gritou de novo.
– Bella! Ela está chamando você! – Meu pai disse sorrindo.
Ele estava certo.
Assim que Liz percebeu que gostamos do que ela disse, continuou a gritar.
– BEUA! BEUA! BEUA! - Nós rimos e eu beijei sua bochecha pequena, ela se grudou em mim, passando os bracinhos por meu pescoço, encostando a cabeça no vão de meu colo.
– Meu bebê está aprendendo a falar!
– Geralmente a primeira palavra é mamãe, porém ela pegou a palavra que escuta você sendo chamada, minha neta é um gênio! - Minha mãe falou sorrindo.
– Está com sono meu anjo? - Tirei Liz da cadeirinha e a levei para seu quarto em meu colo, ela coçava os olhos e resmungava mais algumas coisas.
– Vou te ensinar a falar mamãe e papai. - sussurrei.
Edward... Quanta falta, ele faz, espero que visite os sonhos de nossa pequena.
Comecei a niná-la em meus braços e cantarolar a canção de Edward.
Logo ela estava com a respiração leve e adormecida em meus braços.
Botei-a no berço.
– Boa noite meu amor, sonhe com os anjos.
Dez anos depois...
POV 3° pessoa
– Liz! Você está atrasada para escola, o que tanto faz nesse quarto? - Bella perguntou.
Ela andará reparando que sua filha estava estranha, sempre triste nos dias de aula e não era por ter que estudar, porque ela gostava.
Chegava em casa todos os dias e sentava na mesa da sala com seus livros da escola, Bella nunca teve que mandar sua filha estudar e agradecia por isso.
Porém esses dias, Liz estava mais quieta, ficava muito em seu quarto e não a via mais estudar.
Bella abriu a porta e viu sua filha deitada na cama com o travesseiro no rosto.
– Eu não quero voltar pra lá. – Sua voz estava abafada por conta do travesseiro.
– O que anda acontecendo hein, Liz? Estão perturbando você não é? – Bella sentou ao seu lado em sua cama, tirando o travesseiro do rosto de sua filha.
Seus olhos claros estavam marejados e as bochechas molhadas.
– Diga-me o que está acontecendo.
Liz não sabia por onde começar era um assunto complicado e muito delicado para sua mãe.
– Meu pai... Aquelas garotas nojentas ficam me enchendo porque não tenho pai. - Uma lágrima desceu pelo rosto de Liz.
Ela não ligava para o que os outros pensavam, porém doía lembrar que nunca chegou a conhecer seu pai, só o via em fotos e em sonhos. E as garotas de sua turma eram maldosas.
– Você tem pai meu anjo... Ele sempre estará com você, não pense no que elas dizem você sabe que seu pai te ama como já disse para você em um sonho não foi? - Liz lembrava-se muito bem desse sonho, quando sua mãe explicou onde seu pai estava, ela não conseguia entender direito e achou que ele a abandonará, porém naquela mesma noite ela sonhou com ele e o reconheceu por conta das fotos que sua mãe mostrará.
Ela se lembra de tê-lo visto antes quando era pequena, porém não sabia quem ele era.
– Sim, eu sei que ele me ama, mas elas são cruéis, mãe... Não quero ouvir as ofensas delas.
– Quer um professor particular? – Bella perguntou, ela conhecia um ótimo professor particular que deu aulas para a filha de Alice, sua melhor amiga.
Com seu consultório de psicologia, ela tinha renda mais que o suficiente para pagar um professor particular, para que sua filha tivesse paz.
– Não, não vou me esconder delas. – Bella sorriu com as palavras da filha, Liz sempre foi assim, gostava de enfrentar as coisas de frente.
– Bem... O que acha de nos duas irmos ao cinema hoje?
– Você não precisa trabalhar mãe? - Liz deitou no colo de sua mãe que beijou sua testa.
– Não hoje e você também não precisa ir pra aula.
– Não preciso? – Liz perguntou desconfiada, era muito raro, sua mãe deixá-la faltar aula.
– Não. - Bella beijou a bochecha de Liz. – E filha... Nunca escute as pessoas que gostam de ver você sofrer, seu pai era o melhor homem que já conheci e ama muito há nos duas, não se incomode com as pessoas maldosas o importante é que você sabe que ele está em um lugar bom.
Liz assentiu e pulou em sua mãe, derrubando-a na cama, beijou sua bochecha e a abraçou com força.
– Amo você mamãe.
– Eu também meu anjo.
Doze anos depois...
Liz estava na casa de sua avó, Elizabeth quando recebeu uma ligação preocupada de sua outra avó, dizendo que sua mãe não havia descido do quarto ainda.
Sua avó Renée já não tinha muito disposição para vigiar se sua filha estava bem e Liz gostava de morar com as duas por isso.
Conseguia tomar conta de todos.
Seu avô Charlie infelizmente já havia falecido e ficou aliviada de ver que sua avó não entrará em depressão, vovó respeitava à hora de cada um.
Chegou em casa, deu um beijo em sua avó e foi ao quarto de sua mãe.
Bella estava sentada na cama, lendo algo e assim que a viu abriu um enorme sorriso, parecia cansada.
– Mamãe, a senhora está bem?- Perguntou desconfiada, sua mãe gostava de andar por ai e não ficar em uma cama lendo.
– Sim, meu amor, e você como está? – Liz sentou-se do lado da mãe e tirou seus saltos altos, logo se acomodando debaixo das cobertas.
– Bem... Amanhã é a festa da empresa está lembrada? Acho que vou ser promovida.
Liz trabalhava na área de contabilidade e amanhã poderia ser promovida a subchefe.
– Não poderia esquecer. Você vai conseguir.
Bella largou o livro na cabeceira e acariciou os cabelos loiros, lisos e longos de sua filha.
– Mamãe, acha que meu pai orgulha-se de mim?
– Muito querida, todos nós temos orgulho de você.
Liz sorriu e fechou os olhos no colo de sua mãe, seu porto seguro.
Bella não conseguia parar de sorrir, sua filha estava casada e já era mãe, tinha um trabalho muito bom e estava construindo sua vida muito bem.
Ela havia conseguido dar tudo que pode para sua filha, ela crescera com saúde e com muito amor.
Era a hora de deixá-la viver, Liz estava se mudando para morar com o marido e Bella cuidava de sua mãe Renée que parecia ter mais disposição que ela.
Bella estava em paz e assim foi dormir na noite passada.
Liz entrara em seu quarto de manhã cedo para anunciar os possíveis nomes para seu novo bebê, descobrira estar grávida novamente, porém sua mãe estava petrificada em sua cama, não se mexia e não parecia ouvi-la.
Ela rezou para que estivesse errada, chegou perto de sua mãe e pôs a mão em sua testa.
– Mãe! – há sacudiu um pouco. – MAMÃE!
Não adiantava Bella já não estava mais ali.
(...)
Uma semana depois e estavam todos vestidos de preto, o ar parecia sufocante para Liz, ela não conseguira parar de chorar todos esses dias e jurou que visitaria o túmulo de sua mãe toda semana.
Ela não havia entendido a morte de sua mãe, ela estava tão bem um dia antes de seu falecimento e do nada... Se foi.
Nesse momento deveria estar com seu pai, Liz chorava enquanto todos jogavam rosas em seu caixão.
Sua madrinha Alice pediu para falar algumas palavras e logo depois seria ela.
“Mamãe eu amo você” Ela pensava.
– Bella foi a minha melhor amiga por todos esses anos, compartilhávamos segredos, lembranças boas e ruins, era como uma irmã pra mim. Seu jeito doce e meigo conquistava a todos, por onde passou deixou uma lembrança boa. Creio que todos nós vamos sentir saudade dessa pessoa maravilhosa que ela foi.Por mais que ela tenha partido sempre estará conosco em nossos corações.Isabella Swan sem duvida foi à mulher mais forte que já conheci e hoje ela está em paz com seu amor, Edward.
Alice chorava como Liz nunca virá antes, ela não sabia se seria capaz de falar algo.
Olhava para todos os rostos que a olhavam com pena e dor.
Suas duas avós estavam abraçadas e choravam, ela as olhou com um pedido de ajuda e logo foi acolhida pelas duas, sentiu o calor de seus abraços e respirou fundo tentando controlar seu choro.
Sua mãe sempre foi tudo para ela.
– Eu não vou suportar... - Sussurrou no abraço de suas avós.
Seu marido estava com seu filhinho nos braços e Liz logo se lembrou do quanto Bella amava seu neto, dizia que parecia muito com seu pai quando pequeno.
– Está na hora, meu bem. - Vovó Renée beijou sua bochecha e deu um tapinha em seu ombro. – Vá querida. Sua mãe está em paz.
Tremendo e com a visão turva ela olhou para o caixão fechado, pronto para ser enterrado.
– Mãe...Minha amada mãe, como eu amo você. Sei que está em paz junto á meu pai e agradeço por tudo que fez por mim, sempre amorosa, compreensível e paciente.Uma grande amiga, mulher e ótima mãe.Deixou em nossos corações uma enorme marca de amor e... Vou sentir sua falta beua. - Disse rindo entre lágrimas. - Beua...Minha amada Bella, a melhor mãe do mundo.

Respirou fundo e fehou os olhos, deixando as lágrimas caírem, não conseguia mais falar.
O caixão foi enterrado e todos começaram a andar para fora do cemitério.
Ela sentou em um banco de madeira e olhou para a lápide de sua mãe.

Bella e Edward olhavam sua filha e sorriam felizes por ver a mulher amorosa que se tornara.Acariciaram sua bochecha e juntos seguiram uma luz branca.
O amor está presente em todos os lugares, não só na vida.
A vida é uma passagem que Bella e Edward completaram e hoje estavam em paz, eles foram separados pela morte, porém quando seus destinos estão traçados não há distância que resista e nem sentimento que acabe.
No amor não existem peças que não se encaixem, elas se encontram e se completam e no fim, estão sempre juntas.

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